Janeiro Roxo é considerado o mês de conscientização sobre a Hanseníase, sendo o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase comemorado no último domingo do mês – neste ano, em 30 de janeiro. O propósito é evidenciar esta, que é uma doença negligenciada e cercada por muito preconceito e desinformação, ainda nos dias atuais.
A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, e que afeta principalmente os nervos periféricos e a pele. Embora nos últimos 50 anos sua prevalência tenha caído substancialmente, ainda é a principal causa de deficiência por doença infectocontagiosa.
Considerada um problema de saúde pública, dado que mais de 200 mil novos casos anuais são registrados no mundo, neste cenário, o Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos da doença, ficando atrás somente da Índia.
Apesar de contagiosa e transmissível, a Hanseníase é capaz de atingir e adoecer até 5% das pessoas que tiveram contato com alguém doente e sem o devido tratamento. A transmissão acontece quando o infectado, através das vias respiratórias, seja por tosse, espirros e gotículas de fala, elimina os bacilos (bactéria cuja forma se assemelha a de um pequeno bastão).
A importância do diagnóstico precoce
Embora o estigma da hanseníase ainda esteja no acometimento da pele, são as manifestações neurais as principais responsáveis por incapacidades físicas e deformidades. O atraso entre o diagnóstico e o início dos sintomas tem intrínseca relação com o grau de dano neural no momento do diagnóstico.
Neste contexto, os exames subsidiários têm papel fundamental na melhor caracterização da extensão e gravidade do acometimento cutâneo e neurológico, critérios para a classificação, tratamento e prognóstico da doença.
A lista de exames é extensa, mas podemos destacar a aplicabilidade dos exames de imagem, em especial da ultrassonografia de alta frequência. Método por sua vez indolor, versátil e acessível, capaz de detectar alterações nervos periféricos, auxiliando no diagnóstico numa fase ainda inicial desta doença, que tem grande potencial de cura.
Ou seja, a doença afeta a pele e as mucosas, mas também os nervos periféricos que, sem tratamento, podem provocar deformidades e incapacidades físicas, em alguns casos até irreversíveis.
Os principais sinais e sintomas são:
- Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nos nervos dos braços e pernas;
- Manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade;
- Diminuição da força muscular , como dificuldade para segurar objetos.
O tratamento essencial para cada caso
Outro ponto de grande relevância é que a pessoa infectada pode receber tratamento de modo gratuito, por meio de medicamentos disponibilizados exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ressalto que não há um tempo estipulado para o tratamento, pois este dependerá do grau da doença.
Muitos se perguntam: “Então, todos podem aderir ao tratamento padrão?” – a resposta é não. Cada caso é analisado individualmente; quando há intolerância ou contraindicação, por exemplo, o especialista deve receitar tratamentos alternativos. Já para combater as reações da hanseníase, é recomendado o uso de medicamentos anti-reacionais.
Portanto, não se esqueça: a prevenção deve vir sempre em primeiro lugar. Se atente aos sinais e procure a ajuda de um profissional da saúde a qualquer suspeita!